Trechos da entrevista com o estudante de jornalismo Rodolfo
Mohr, candidato à suplente de coordenação pela Chapa 3 e acusado de agressão
pelo presidente da Comissão Eleitoral, Adrio de Oliveira Dias:
O que exatamente
aconteceu na manifestação de sexta-feira?
Nós entramos na SAE,
com a mobilização, cantando palavras de ordem, com as nossas faixas. Solicitamos
a presença do secretário Edilson Navarro para poder entregar nosso documento.
Antes de o Edilson chegar, o Ádrio sai da sala reservada do secretário, passa
pela mobilização, sendo que ele era citado no documento como um dos
responsáveis por não viabilizar as urnas eletrônicas. Ele não gostou, se sentiu
ofendido, e passou a ofender de maneira desproporcional os membros da nossa
chapa, nos difamando, nos caluniando, nos ameaçando. Nós imediatamente nos
afastamos dele, porque tínhamos uma orientação clara de não aceitar
provocações, justamente para evitar qualquer tipo de factóide que pudesse
promover retaliações à nossa chapa.
Quais as providências
que a Chapa 3 pretende tomar?
O Adrio manifestou
publicamente contrariedade à nossa chapa, o que é vedado pelo artigo 40 do Estatuto
do DCE, que diz claramente que é vedada manifestação a favor ou contrária a
alguma das chapas por membro da Comissão Eleitoral. Feriu o Estatuto do DCE, e
feriu o ambiente democrático. Ao provocar nossa chapa e, pior, ter ido depois a
uma delegacia, forjado uma agressão, mentido escancaradamente que teria sido
agredido por um membro da Chapa 3, criou um ambiente onde ele já está totalmente
comprometido, parcializado, contra uma das chapas, não tendo mais legitimidade
para ser presidente da Comissão Eleitoral. Por isso nós protocolamos junto à Comissão
Eleitoral o afastamento do Adrio de suas funções para que ele não atrapalhe o
funcionamento do pleito. Achamos de baixo nível a tentativa de judicializar as
eleições do DCE.
E com relação à possibilidade de impugnação da candidatura?
Não fomos notificados oficialmente, nem por email, nem por escrito, nem
verbalmente por qualquer membro da Comissão Eleitoral. Vários veículos de
comunicação estão repercutindo informações distribuídas pelo próprio Adrio e
pela Claudia Thompson, vice-presidente do DCE, dizendo que eu, Rodolfo Mohr,
candidato a suplente de coordenação pela nossa chapa, o Gabriel Zatt, estudante
de pedagogia, nosso candidato a primeiro tesoureiro, e a Jéssica Nucci, da
Geografia, candidata à coordenação geral, estamos impugnados da chapa. Esse é
um fato que nos veio pela imprensa, e ao qual nós respondemos que não recebemos
notificação formal e que, assim que chegar a nossa chapa, vamos recorrer junto
à Comissão Eleitoral e a Justiça. Queremos, em última instância, garantir uma
grande votação, chamar os colegas a votar massivamente na Chapa 3, para mostrar
que nenhuma eleição na UFRGS vai ser decidida no tapetão, com sabotagem da Comissão
Eleitoral a uma das chapas. Nós achamos que a eleição deve acontecer em
ambiente livre, democrático.
Em um dos debates entre as chapas, foi denunciado que estudantes do DCE
da PUCRS estariam presentes em volta das urnas para intimidar os votantes.
Existe preocupação com a segurança no dia da votação?
Já sofri algumas ameaças, já fui cercado e hostilizado por integrantes
da Chapa 1, colando cartazes da Chapa 1, com camisetas da Chapa 1. Não dei vazão
judicial, apenas notifiquei a coordenação de segurança da UFRGS. São estudantes
que não tem vinculação com a universidade, foram orientados a provocar membros
da nossa chapa, a arrancar cartazes da Chapa 3. Esse é um temor real. Sabemos
que o DCE da PUCRS já entrou na UFRGS em 2008 para ajudar a chapa da qual a
atual gestão e candidata como Chapa 1 era parte. Naquele momento houve uma
grande mobilização de Centros Acadêmicos, da Comissão Eleitoral e das chapas,
eles foram repelidos, rechaçados. Porém, desde que a atual gestão assumiu, em
dezembro de 2009, é freqüente a presença, nos ambientes do movimento estudantil
da UFRGS, de membros do DCE da PUCRS. Isso assusta porque sabemos que eles têm
um histórico bastante pesado. Nós já tomamos as medidas cabíveis junto à
coordenação de segurança da Universidade, e temos a orientação de solicitar, e
isso está no regimento eleitoral, o nome do estudante, o curso e o número do
cartão da UFRGS. Tirando os observadores oficiais e a imprensa, que nós
queremos que estejam presentes para fiscalizar o processo, não vamos aceitar
que estejam presentes pessoas estranhas ao processo, que se identifiquem com
uma das chapas para intimidar e
hostilizar outras.
*Editor do Jornalismo B
http://jornalismob.wordpress.com/
*Editor do Jornalismo B
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