Ontem, 24 de novembro, às 22:40, foi dado
o resultado das eleições para o DCE da UFRGS: após um ano de paralisia, a
principal entidade estudantil gaúcha está na luta de novo.
No final de 2009, a esquerda da UFRGS sofreu uma
derrota após uma divisão que gerou duas chapas de esquerda. A direita, já
organizada há 3 anos, conseguiu vencer e conquistar a direção do DCE.
O que poderia se tornar uma briga quanto a quem
tinha culpa pela derrota da esquerda, pelo contrário, se tornou um movimento
coeso de oposição. Já na primeira semana de março, antes de as aulas começarem,
os lutadores e lutadoras da universidade se juntavam contra a implementação do
projeto do Parque Tecnólogico, na trincheira oposta ao DCE, que defendeu o
projeto da reitoria. Impedimos que o projeto fosse votado sem discussão.
Durante o ano, diversas foram as lutas em unidade:
a convocação dos CEBs, que o DCE não convocou, a formação da Comissão
Estudantil de Investigação (que levou a público a corrupção da gestão), as
calouradas unificadas etc. Tudo isso culminou em uma grande chapa com 740
apoiadores em toda a UFRGS.
Novamente, a esquerda estava unida em uma eleição
para combater tanto a direita quanto o governismo, que havia inscrito uma chapa
com bastante força - fato que não acontecia há anos na nossa universidade.
Foram mais de três semanas de muita confusão,
tentativas de golpes e mostras de desespero da direita. Quatro membros da
comissão eleitoral ligados à direita tentaram de tudo para boicotar e anular as
eleições. Porém, nesse momento, se viu a força dos diretórios e centros
acadêmicos unidos, que tinham oito membros na comissão eleitoral. Esses, em
meio a grandes batalhas dentro da comissão, conseguiram combater os golpes e
garantir o pleito.
A direita tentou de tudo. Desde se utilizar da
lista de emails dos alunos, de que dispõe o DCE, para divulgar que as eleições
tinham sido anuladas, que a nossa chapa havia sido impugnada, que a nossa chapa
havia agredido integrantes da comissão eleitoral, até rasgar atas de urnas onde
tradicionalmente a esquerda faz muitos votos. Mas os estudantes viram de quem
se tratava e nos apoiaram. Nossa chapa se mobilizou e garantiu que haveriam
urnas para que os estudantes escolhessem democraticamente a próxima gestão do
DCE.
Essa unidade na UFRGS se deu em uma conjuntura de
unidade nacional dos setores de oposição ao governo. Foi, sobretudo, alavancada
pelo Seminário de Uberlândia. Hoje, já podemos nos orgulhar da vitória em
diversos DCEs.
A noite de 24 de novembro fica para a História.
Com 2354 votos, os estudantes da UFRGS, após um ano de experiência com um DCE
de direita que paralisou a entidade, botaram-na no rumo de uma universidade
mais pública e mais popular, que defende a qualidade do ensino. A direita fez
1130 votos e o governo 887, mostrando que o discurso de uma universidade
perfeita não encontra eco entre os estudantes que vivem a realidade da educação
superior pública.
Agora o momento é de reorganizar a casa e mostrar
aos 23 mil estudantes da UFRGS que o DCE está junto a eles novamente. Nossa
gestão tem condições de entrar para a História com lutas importantes, pois não
serão poucos os ataques à educação em 2011, reflexos da conjuntura mundial,
como temos acompanhado na Europa e na América Latina.
2011 será um ano de muito trabalho, mas com a
certeza de aproximar ainda mais o DCE dos estudantes e ter uma grande
gestão unificada até o fim, para poder vencer com força todas as tarefas que
teremos.
Pedro SIlveira - coordenador financeiro DCE UFRGS
2010/2011
ANEL RS
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